Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. (Declaração Universal dos Direitos Humanos. Artigo XIX.)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Do mesmo modo com que inúmeras revistas brasileiras, norte-americanas e afins transmitem suas notícias partindo de opiniões vindas do interesse da mídia, quero relatar a minha visão a respeito de certas questões polêmicas constantemente discutidas por elas.

Durante a história pós-ditadura da América Latina, diversos presidentes se posicionaram com uma dose de objeção ou até mesmo em oposição a discussões e opiniões vindas do governo norte-americano.

Desde pequena escuto as pessoas se referindo ao presidente da Venezuela Hugo Chávez, no sentido de que ele seria um louco, um ditador e que não devemos levar em consideração as bobagens que ele fala.
Ressaltando alguns fatos históricos:
A Venezuela passava por uma crise em 1988, pedindo assim ajuda ao FMI. O país passava por dificuldades econômicas, aumento da taxa de desemprego e pobreza. Diante de medidas adotadas pelo estado, houve violentas manifestações e foram mortos uma séria de venezuelanos.
Chávez era do exército, visto como um herói. Defendia uma revolução em busca da luta contra a desigualdade, inflação, reestruturação de moradias e dessa forma foi eleito à presidência.
Em 2002, houve um golpe contra Chávez. Alegava-se que o presidente queria um governo igual ao de Cuba e gangues aramadas dispararam tiros contra a oposição. A maior parte da imprensa apoiou e defendeu o golpe, a mídia culpava Chávez, no sentido de que ele seria um covarde por destruir a Venezuela.
Devemos levar em consideração que a Venezuela é o 3º produtor de petróleo, o que causa um extremo interesse estadunidense.
O FMI demonstrou o seu apoio ao golpe, pois era proveitoso para o mercado e dessa forma o preço do petróleo caiu.
A classe menos favorecida marchou em direção ao Palácio defendendo o mandato de Hugo Chávez e os EUA pediam a renúncia.
Enfim, Chávez voltou a presidência. O The New York Times parecia constrangido por ter sido contra seu governo, e o presidente alegava que o golpe havia sido tramado pelos EUA.
8 meses depois, a empresa petrolífera entrou em greve ao lado da imprensa.
Chávez então enviou médicos cubanos para atender os pobres, em troca de petróleo. Nos próximos 6 anos o índice de pobreza diminuiu pela metade.
O presidente aparecia em público com tiranos odiados pelos EUA, e dessa forma ele era cada vez mais chamado de ditador.
Foram criadas campanhas sociais e Chávez começou a defender o socialismo.

Na Argentina houve uma crise financeira, levando o país em colapso em 2001, fazendo o presidente renunciar. O desemprego aumentou 20% e o FMI ordenava a não intervenção do Estado na economia, o dinheiro vinha apenas deles, levando ao crescimento de 56% do índice de pobreza. Enquanto o país defendia a possibilidade de implantação do plano Marshall, Bush defendia a melhora da economia através da guerra.

Enquanto existe uma base militar norte-americana no Equador, Rafael Correa defendia a criação de uma base deles em Miami e isso nunca foi feito.

Segundo Fernando Lugo, houveram mudanças na América Latina nos últimos 20 anos, em busca da libertação desses países.

Depois de a América Latina ter passado pelo domínio espanhol e ter aceitado por anos a chamada "América para os americanos", não é de se surpreender essa revolta por parte dos presidentes em relação aos EUA.

Levando em conta fatos como estes declarados acima, eu devo admitir que não concordo que Hugo Chávez seja um louco, mesmo que seja um ditador, a mídia sempre esteve em cima dele. A população própria não aceita mais um governo de dominação externa. E o que faz todos esses países criticarem e se oporem a visão estadunidense não acontecem por um governo ruim, mas são explicados por fatos históricos que o levaram a serem assim. Para mim Hugo Chávez simplesmente encontrou uma forma de se defender, mesmo que para isso deva ser chamado de louco.

Assim como os EUA impuseram na América Latina as concepções deles por muitos anos em prol dos seus próprios interesses, com objetivo de se beneficiar, o mesmo ocorreu no Oriente Médio. A diferença é que a América Latina tem semelhanças culturais e políticas, relevante aceitação do poder norte-americano (assistindo filmes, ouvindo músicas, consumindo suas marcas), possuí a mesma visão dos direitos humanos e sendo países ocidentais, os EUA não tem interesse em entrar em guerra. Porém nos países orientais as coisas não funcionam do mesmo jeito, como foi o caso do Egito, entre outros. E como o Oriente Médio é feito de pessoas em sua maioria, e não indivíduos, que vinculam suas economias e cultura com a religião, eles acabam se opondo diretamente, já que não há uma obrigação de entidade de relações pacíficas.

2 comentários:

Vinícius Teixeira disse...

Nossa Cá ficou muitooo bom!
Parabéns
Gostei muito!

Beijos

carol disse...

obrigada vi!